Vi nos arquivos que já não faço uma review de livros no blog desde o ano passado, e a única razão que me ocorre agora é mesmo preguiça. Já li alguns livros desde o início do ano (não tantos como gostaria porque life got in the way), e quem me segue no Instagram já viu algumas das minhas escolhas, em particular para "The Bibliophile Club". Decidi que, para o tema de abril, thrillers, iria mesmo participar em formato de publicação em vez de meras fotos nas redes sociais.
Sinopse
Célebre pelos seus avanços na medicina, o hospital universitário de Boston tem diversas "salas cirúrgicas híbridas do futuro". Os tratamentos são bem-sucedidos e os riscos muito reduzidos. É por isso um choque quando um erro de anestesia durante uma operação de rotina resulta na morte de um paciente. O Dr. Noah suspeita de William Mason, um cirurgião de renome internacional, narcisista e snobe. Mas Mason põe todas as culpas na anestesista Ava London.
Quando começam a surgir mais mortes associadas a erros nas anestesias, Noah é obrigado a investigar todo o seu pessoal clínico, incluindo Ava, que pode muito bem não ser quem parecia ser. Mas sobretudo, é preciso descobrir o culpado antes que mais mortes ocorram.
A minha opinião
Por nunca ter lido nada do autor, não consigo ter noção se este é, de facto, um dos seus melhores trabalhos ou não. Contudo apreciei bastante a sua escrita e a forma como descreve tudo o que se passa em contexto hospitalar (o que eu, sendo estudante de Enfermagem, adorei!).
E por falar em contexto hospitalar, quero elogiar também a forma como Robin Cook retratou os enfermeiros, cujo papel é frequentemente esquecido na ficção. Aqui, apesar de os médicos terem claramente um grande destaque em "Charlatães", não fosse a intriga principal mortes em cirurgias, os enfermeiros também são valorizados, existindo até uma citação no livro que diz o seguinte: "Os enfermeiros são essenciais para o funcionamento do hospital, mais de metade do trabalho é feito por eles".
Explorando diferentes aspetos da ética nas boas práticas médicas, a principal qualidade e defeito deste livro prende-se com as várias questões relevantes que vão surgindo ao longo do caminho. Desde a forma como os interesses económicos moldam a marcação das cirurgias à temática dos suplementos nutritivos, passando pelo impacto dos avanços tecnológicos que fundem o nosso "eu" virtual com o nosso "eu" real, há todo um conjunto de questões ao longo do enredo dignas de reflexão. Digo que também é um defeito porque, por vezes, com tantos temas que explora, dá a sensação que há um bocado de dispersão, e que assuntos importantes no desenrolar da história ficam para segundo plano (principalmente o final que, para mim, não foi muito satisfatório e não fez justiça ao resto do livro). Se calhar, era preferível o autor ter escolhido menos tópicos para abordar, tornaria tudo menos confuso. Por outro lado, esta diversidade de temas também tem o 'condão de tornar o enredo imprevisível, o que torna num verdadeiro thriller.
"Charlatães" deixou-me, portanto, com sentimentos contraditórios. Envolvente, intrigante e cheio de surpresas, com personagens intrigantes e tantos temas pertinentes, mas com um final demasiado em aberto, que não resolve a intriga principal e que, portanto, sabe a pouco, acaba por deixar muito a desejar. Apesar disso, trata-se de uma história com os ingredientes suficientes para ser considerada uma boa leitura.
Já leram este livro? O que acharam?
Robin Cook não me tem passado despercebido, mas ainda não me aventurei na sua obra. Talvez dê uma hipótese a esta :)
ResponderEliminarÉ só um dos meus autores preferidos. Há anos que leio Robin Cook e nunca me desilude.
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