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29.4.19

Livro: Charlatães


Vi nos arquivos que já não faço uma review de livros no blog desde o ano passado, e a única razão que  me ocorre agora é mesmo preguiça. Já li alguns livros desde o início do ano (não tantos como gostaria porque life got in the way), e quem me segue no Instagram já viu algumas das minhas escolhas, em particular para "The Bibliophile Club". Decidi que, para o tema de abril, thrillers, iria mesmo participar em formato de publicação em vez de meras fotos nas redes sociais. 

Nunca li nada de Robin Cook, aparentemente um famoso escritor de thrillers médicos, mas o facto de este ser relativo ao mundo de saúde e já alguém da minha família o ter comprado foi o suficiente para ser a escolha deste mês. Aqui fica a minha opinião, como é habitual, sem spoilers.


Sinopse


Célebre pelos seus avanços na medicina, o hospital universitário de Boston tem diversas "salas cirúrgicas híbridas do futuro".  Os tratamentos são bem-sucedidos e os riscos muito reduzidos. É por isso um choque quando um erro de anestesia durante uma operação de rotina resulta na morte de um paciente. O Dr. Noah suspeita de William Mason, um cirurgião de renome internacional, narcisista e snobe. Mas Mason põe todas as culpas na anestesista Ava London. 

Quando começam a surgir mais mortes associadas a erros nas anestesias, Noah é obrigado a investigar todo o seu pessoal clínico, incluindo Ava, que pode muito bem não ser quem parecia ser. Mas sobretudo, é preciso descobrir o culpado antes que mais mortes ocorram. 

A minha opinião 


Por nunca ter lido nada do autor, não consigo ter noção se este é, de facto, um dos seus melhores trabalhos ou não. Contudo apreciei bastante a sua escrita e a forma como descreve tudo o que se passa em contexto hospitalar (o que eu, sendo estudante de Enfermagem, adorei!).

E por falar em contexto hospitalar, quero elogiar também a forma como Robin Cook retratou os enfermeiros, cujo papel é frequentemente esquecido na ficção. Aqui, apesar de os médicos terem claramente um grande destaque em "Charlatães", não fosse a intriga principal mortes em cirurgias, os enfermeiros também são valorizados, existindo até uma citação no livro que diz o seguinte: "Os enfermeiros são essenciais para o funcionamento do hospital, mais de metade do trabalho é feito por eles". 

Explorando diferentes aspetos da ética nas boas práticas médicas,  a principal qualidade e defeito deste livro prende-se com as várias questões relevantes que vão surgindo ao longo do caminho. Desde a forma como os interesses económicos moldam a marcação das cirurgias à temática dos suplementos nutritivos, passando pelo impacto dos avanços tecnológicos que fundem o nosso "eu" virtual com o nosso "eu" real, há todo um conjunto de questões ao longo do enredo dignas de reflexão. Digo que também é um defeito porque, por vezes, com tantos temas que explora, dá a sensação que há um bocado de dispersão, e que assuntos importantes no desenrolar da história ficam para segundo plano (principalmente o final que, para mim, não foi muito satisfatório e não fez justiça ao resto do livro). Se calhar, era preferível o autor ter escolhido menos tópicos para abordar, tornaria tudo menos confuso. Por outro lado, esta diversidade de temas também tem o 'condão de tornar o enredo imprevisível, o que torna num verdadeiro thriller.

"Charlatães" deixou-me, portanto, com sentimentos contraditórios. Envolvente, intrigante e cheio de surpresas, com personagens intrigantes e tantos temas pertinentes, mas com um final demasiado em aberto, que não resolve a intriga principal e que, portanto, sabe a pouco, acaba por deixar muito a desejar.  Apesar disso, trata-se de uma história com os ingredientes suficientes para ser considerada uma boa leitura. 


Já leram este livro? O que acharam?

2 comentários:

  1. Robin Cook não me tem passado despercebido, mas ainda não me aventurei na sua obra. Talvez dê uma hipótese a esta :)

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  2. É só um dos meus autores preferidos. Há anos que leio Robin Cook e nunca me desilude.

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