Já alguma vez pensaram que, após umas férias, precisavam de outras? Por mais estranho que pareça, ter férias pode ser muito cansativo. Bem, nem todas. Existem dois tipos de férias: aquelas que são planeadas para descansar, que geralmente envolvem passear por sítios conhecidos sem muitas expetativas ou ficar em casa estendidos no sofá, e aquelas que exigem que estejamos no nosso melhor mood para aproveitar as experiências únicas que temos à nossa frente. As últimas conseguem ser as mais esgotantes e as melhores simultaneamente.
Viajar, é frequentemente, um exercício intenso que começa desde que começamos a planear tudo com meses de antecedência, até ao momento em que finalmente estamos lá e aí temos que lidar com uma cultura completamente diferente, uma língua que se calhar não dominamos, preços muitas vezes exageradamente altos, mapas confusos e a expetativa de ir ao maior número de atrações turísticas possíveis. Pode ser uma aventura muito divertida, porém é tudo menos relaxante.
As únicas férias que não requerem gastar nenhuma energia são aquelas em que ficamos em casa. São aquelas em que andamos simplesmente a passear lentamente pela nossa vizinhança, a comer bolos na nossa pastelaria favorita, a fazer um piquenique num parque ou a visitar exposições locais que nunca temos oportunidade de ver. São aquelas em que não fazemos absolutamente nada. Não existem regras nem horários. Afinal, não é chato quando até nas nossas férias temos horários para cumprir?
Uma vez, quando estava a ler o livro "Comer, Orar, Amar" cruzei-me com o famoso conceito italiano: "Dolce Far Niente" que significa, passado a traduzir, "a doçura de não fazer nada". A nossa noção de férias gira sempre em torno de grandes planos que nos façam esquecer a nossa rotina habitual, mas talvez não seja essa a melhor estratégia para recarregarmos as nossas baterias. Talvez permanecer perto de casa- ou mesmo, dentro dela - nos deixe mais revigorados e nos permita cultivar uma apreciação mais profunda dos lugares onde estamos sempre, mas que não vemos porque estamos demasiado ocupados.
Não estou a dizer para pararmos de viajar. Isso seria uma afirmação louca, sobretudo vindo de mim, uma pessoa que adora fazê-lo e que pretende colocar os pés no maior número de países que conseguir. Não consigo imaginar os meus verões refastelada ao sol, a passear os dias à espera do próximo snack ou da próxima ida à água. Por muito que goste disso, se os meus verões fossem sempre assim, eu sei que chegaria ao último dia arrependida de tudo aquilo que não fiz. Eu preciso de passear, de explorar novos locais, viver novas experiências, ir a museus, visitar monumentos, nem que isto tudo seja feito dentro do meu próprio país (porque também é maravilhoso viajar dentro). Mas também preciso de ter tempo para recuperar de uma grande aventura, para pensar "wow, eu experienciei isto?", para rever as fotografias que tirei e recuperar as energias que gastei na viagem. E é por isso que me preocupa o facto de, quando trabalhar, só ter duas semanas de férias? Sei que vou querer usá-las para existir apenas mas, maluca como sou, também vou querer usar todos esses dias para viajar. Vou ter que encontrar um equilíbrio.
Tirar férias de férias é verídico (um "eu não te disse?" para todos aqueles que nos chamaram preguiçosos por esta teoria) e algo que necessário, para não voltarmos ao trabalho tão ou ainda mais cansados do que quando saímos.
Compreendo totalmente o teu ponto, é uma espécie de faca de dois bicos, porque há duas maneiras de aproveitar e não há tempo para as duas.
ResponderEliminarParece que não há tempo, há sempre tempo, o que é não é tanto como gostaríamos.
EliminarQuantas vezes não voltamos das férias a precisar de férias? Mas isso deve-se ao facto de querermos meter num mês tudo o planeámos durante uma vida. O resultado é fazermos fárias a correr e chegar ao fim cansados e com mais de metade dos planos pior concretizar.
ResponderEliminarFiz campismo durante 25 anos e houve uma fase em que começava a planear acampamentos e caminhadas logo em setembro do ano anterior. Quando chegavam as férias, já estava cansado dos onze meses de planeamentos e alterações e, na maior parte das vezes, partia sem planos nenhuns. Normalmente eram as férias em que desfrutávamos mais e no fim estávamos tão cansados, que chegávamos a desejar a rotina.
As viagens devem ser planeadas, mas excesso de planos leva a isso, ao cansaço mesmo antes de estar lá. Por vezes, ser espontâneo numa viagem é melhor.
EliminarO segredo é mesmo conseguir encontrar o equilíbrio perfeito, para aliarmos o nosso lado preguiçoso com o nosso lado explorador. Termos dias sem horários e sem planos, aparentemente, é fundamental para abrandarmos o ritmo, mas também sabe bem ter dias preenchidos, onde visitamos e ficamos a conhecer lugares maravilhosos *-*
ResponderEliminarBeijinhos
O objetivo tem que ser mesmo esse, conseguir um equilíbrio :).
EliminarO ideal são duas semanas, uma para ir passear, outra para descansar :D
ResponderEliminarÉ isso que pretendo fazer quando começar a trabalhar :).
EliminarNão estou de acordo. Há diferentes tipos de viagens. Turismo cultural é mesmo para cansar, para conhecer, para experimentar. No entanto, uma viagem de Sol e Mar é igualmente enriquecedora, sendo que serve mesmo para descansar naquela rotina de comer, apanhar sol, mergulhar, ler e dormir :)
ResponderEliminarAmbas são válidas - assim como todos os outros tipos de viagem que existem - e servem propósitos diferentes :)
Eu não neguei a existência de diversos tipos de viagens nem desvalorizei o turismo cultural :) (até porque eu também o adoro fazer!). Apenas refleti sobre o facto de o turismo cultural ser mais cansativo, e de ser necessário um equilíbrio entre ambas :).
Eliminarr: Oh, que bom que é ler isso *-*
ResponderEliminarEu acabo por tirar sempre 3 tipos de férias durante o ano, férias para viajar e explorar, férias para viajar para um local de praia e passar os dias ao sol e a tomar banho e férias para ir a casa. As férias “grandes” são sempre para irmos a Portugal, estar com a família e com os amigos. Acaba por ser cansativo porque há imensa gente para ver e o tempo não estica, mas também é relaxante voltar ao lugar que melhor conhecemos, ter os pais e avós a cozinharem as nossas comidas preferidas todos os dias... para nós tem feito sentido ser assim (=
ResponderEliminarFogo, e tu consegues arranjar tempo para isso tudo? xD. Pois, esse deve ser o lado mais negativo da vida de emigrante, estar longe da família e dos amigos e, quando se volta, ter que gerir o tempo para ver toda a gente :(. Admiro a vossa força.
EliminarAdorei tanto esta reflexão! Eu nem tinha parado para pensar nestas duas perspetivas, mas é tão verdade. Realmente há férias que conseguem ser tão ou mais cansativas que os nossos rotineiros dias de trabalho. Mas no final sabe tão bem ter todas aquelas memórias para recordar! Porém também adoro fazer, como eu chamo, vários nadas xD. Enfim, tudo nesta vida é equilibrio, ahah
ResponderEliminarxx
Uma Africana
Sem dúvida!!! Quem emigra então nunca está de férias quando volta ao país de origem!
ResponderEliminarDaqui a 2 semanas estou de férias, 2 semanas, começa no Porto com um casamento, passa por Viseu, depois descemos para Lisboa, temos o aniversário do meu sogro e um segundo casamento antes de ir embora...ainda não fui e já estou cansada ahahah
Realmente vocês emigrantes não têm férias :(. Que resistência que vocês têm para lidar com tanta coisa.
EliminarTemos, quando vamos para outro país ou ficamos por cá ;)
EliminarO que aqui disseste é bem verdade. Há férias mais cansativas que uma semana de trabalho! Para mim, o ideal é intercalar dias "non-stop" com dias mais calmos :)
ResponderEliminarhttp://cidadadomundodesconhecido.blogspot.pt/
Eu este ano estou a dar por mim com umas férias de Verão curtinhas e a sensação de que não vou descansar nada porque não fiz uma "mini-viagem" aqui em Portugal como gosto de fazer no Verão: ir conhecer algum lugar ou voltar aos do costume, mas com direito a papo para o ar e descanso, conjugado com passeio :p acho que dá para tudo. E se o corpo fica cansado, por norma a minha mente fica revigorada <3
ResponderEliminarJiji
Pois, quando são muito curtinhas é mais complicado.Quando há equilíbrio e organização dá para tudo :).
EliminarO melhor mesmo é conseguir um balanço de descanso real, de um estar-se sozinho de forma positiva e conviver e viajar na outra metade das férias. É o que nós procuramos fazer!
ResponderEliminarTenho estado a ler esse livro. E dolce far niente é bom de se praticar, sim senhora.
ResponderEliminarJU VIBES | @itsjuvibes ❤
Depois diz o que achaste do livro :).
EliminarNa minha última viagem consegui misturar o melhor dos dois mundos. Fui passar uns dias a Riga, na Letónia, mas investi também num bom hotel. Precisava desesperadamente de descansar, já que é no verão que tenho mais trabalho. Fiz 50% passeios pela cidade, sem pressas, e 50% de preguiça no hotel. Recomendo! Vim de lá perfeitamente descansada e ao mesmo tempo com aquela maravilhosa sensação de uma viagem, com mais sabedoria. Cumprimentos!
ResponderEliminarFoi uma viagem muito bem organizada e às vezes mais vale assim, ver menos e conseguir aproveitar tudo :).
EliminarEnquanto trabalhei, aproveitei as férias e alguns fins-de-semana prolongados para ir viajar. E geralmente voltava para casa no último dia de férias - voltava ao trabalho no dia a seguir a ter regressado a casa, portanto. Ou seja, regressava cansada e a dizer que precisava de férias das férias xD Mas depois dizia "ah e tal, no fim-de-semana consigo recuperar essas energias todas". Yeah, right xD Acho que só consegui tirar férias "com cabeça" nas últimas férias que tive: passei uns dias em viagem (sempre de um lado para o outro) e depois regressei a casa e tive direito a quase uma semana de descanso antes de retornar ao trabalho. Aconselho vivamente esta opção ;) Realmente, fazer férias em casa permite-nos descansar e recuperar energias. Bom post :)
ResponderEliminarExperimentei essa sensação quando fui a Londres no 12º ano. Foi nas férias de Carnaval e depois voltei logo para as aulas, e custou imenso!
EliminarEssa opção é muito mais equilibrada, e diminui o efeito crash que temos depois dessas viagens.
Obrigada :).
Confesso que as minhas férias ideais seriam passadas em casa, deitada num sofá a ler um bom livro. :) Boa reflexão, Cherry!
ResponderEliminarUm beijinho.
Fiz muito disso este verão :). Obrigada linda <3.
EliminarBeijinhos
Viajar e conhecer sítios novos é das melhores sensações do mundo, faz-nos conhecer, aprender, explorar. Tirar umas férias para isso, é uma ótima maneira de recarregar energias, também descansamos a cabeça da rotina habitual, mas lá está, há horários para cumprir, seja o de voo, o do autocarro, etc. Nós também precisamos de dias sem fazer nada. Eu adoro passear e adoro ter dias preenchidos, mas confesso que também gosto de um bom dia em casa, no sofá, com um livro, uma série ou um filme :)
ResponderEliminarPor isso, entendo muito bem a tua perspetiva e concordo em grande parte com ela :)
É preciso um equilíbrio entre os dois tipos de viagens para que ambos sejam apreciados de forma mais plena :).
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