(Atenção: Esta publicação contém spoilers. Se não viram o filme " Com amor, Simon", por favor não leiam esta publicação. O filme ainda não estreou em Portugal, mas já podem vê-lo no Mr.Piracy)
Muitos dos problemas do mundo resolveriam-se se as pessoas tivessem mais empatia. Se tivessem em consideração o contexto de uma história em vez de se focarem simplesmente no conflito dessa história. Ninguém se identifica com o conflito, mas certamente que se identifica com as razões que levaram a esse conflito. O filme " Com amor, Simon" é uma grande lição nesse sentido.
Se repararem, o enredo desta história gira muito à volta do contexto. Tudo aquilo que o Simon queria era ser considerado pelo seu contexto e entender como se encaixaria no contexto de outras pessoas depois de assumir a sua sexualidade. Ele passou boa parte da sua vida a reprimir algo que influenciava a forma como ele se relacionava, ele era cauteloso e media bem as suas palavras e, mentalmente, completava as frases com aquilo que realmente gostaria de dizer. Existia todo um contexto por detrás da sexualidade do Simon que o Martin não compreendeu, assim como existia todo um contexto por detrás das ações do Martin que o Simon também ignorou (apesar de o Simon ter mais consciência do que o outro queria), e tudo isto impediu que eles tivessem empatia um com o outro.
O Simon disse algo no final que, para mim, resume todo o filme: " Primeiro, pensei que só era uma coisa gay. Mas depois percebi que, seja em que caso for, anunciarmos ao mundo quem somos é bastante aterrador. E se o mundo não gostar de nós?" . Todas as pessoas têm um conflito interno. Para o Simon, era o medo do que aconteceria se ele assumisse que era gay. Para outras pessoas, é o medo de que os outros não aceitem as suas paixões, como ser ator ou cantor. Para outros, é não achar que são bons o suficiente. Todos nós já escondemos algum segredo com medo de sermos rejeitados.
Fiquei muito feliz com a mensagem que este filme transmitiu. Senti muita empatia por esta história, porque, embora não entenda todo o processo mental que "sair do armário" deve exigir, entendo perfeitamente os conflitos de alguém que não vive quem é de verdade o tempo inteiro, que precisa de se esconder e de pensar bem no que diz com medo daquilo que as pessoas vão achar sobre si. Muitas das coisas que o Simon sentia, eu já senti, mas relacionado com coisas diferentes.
Esta é a importância da empatia. De percebermos o contexto da pessoa, de tentar entender o que ela a luta pela qual ela está a passar e o que está a sentir, antes de a julgar sem conhecimento de causa, e de como a podemos ajudar. É isto que precisamos de colocar mais nas nossas relações.
( Reflexão inserida no projeto " Movie 36", criado pela Lyne do blog "Imperium", em parceria com a Sofia do blog " A Sofia World" . Participantes: Inês Vivas, " Vivus" ; Vanessa Moreira, " Make It Flower"; Joana Almeida, " Twice Joaninha" ; Joana Sousa, " Jiji" ; Alice Ramires, " Senta-te e Respira" ; Sónia Pinto, "By The Library" ; Francisca Gonçalves, " Francisca" ; Inês Pinto, " Wallflower" ; Carina Tomaz, " Discolored Winter"; Sofia Ferreira, " Por onde anda a Sofia?"; Sandra, " Brownie Abroad"; Abby, " Simplicity"; Sofia, " Ensaio sobre o Desassossego" )
Gostei muito do filme!
ResponderEliminarConcordo contigo, acho que o mal geral é mesmo a falta de empatia. Se as pessoas desenvolvessem genuinamente essa capacidade, conseguiram aceitar as diferenças como algo natural e aceitá-las. Consequentemente, não teriam problemas em colocar-se no lugar do outro e perceber que as suas preocupações são tão válidas como outras quaisquer.
ResponderEliminarAinda não vi o filme, mas tive que ler a tua publicação até ao fim, que me deixou com ainda mais vontade de o fazer :)
Beijinhos
Nunca o filme, mas fiquei com vontade.
ResponderEliminarHoje:- Sou o bago adocicado que tu beijas.
Bjos
Votos de um óptimo Sábado.
Já ouvi falar muito bem mas ainda não o vi!
ResponderEliminarParece ser uma verdadeira história de amor <3
pimentamaisdoce.blogspot.pt
assim que puder vou ver o filme.
ResponderEliminarO livro é o um dos meus preferidos de sempre, li duas vezes e claro que gostei mais que o filme, mas também gostei muito do filme =)
ResponderEliminarMRS. MARGOT
r: É relativamente recente :) é mesmo!
ResponderEliminarCompreendo-te ahahah
Um tema interessante e um filme que gostaria de ver.
ResponderEliminarVi o filme e é lindo! Acho assustador pensarmos que o mundo pode não gostar de nós, por uma coisa que não nos define totalmente. Continuamos a ser as mesmas pessoas de sempre.
ResponderEliminarNão vi o filme, mas tive de ler o post até ao fim.
ResponderEliminarE agora fiquei com curiosidade para ver. :)