Às vezes, fico triste quando penso o quão temporária é esta vida. Penso em todos os momentos mais felizes que já vivi, todas as pessoas que já conheci, todas as coisas fantásticas que já fiz, e depois penso se alguma vez irei viver momentos tão felizes e genuínos como os que já vivi, se alguma vez vou conhecer pessoas tão fantásticas como as que já conheci, e se muitas das coisas fantásticas que já fiz nunca se irão repetir. Penso em todas as memórias que já fiz e que estas, a partir de agora, só serão isso, memórias.
Por muito que saibamos que a nossa vida não dura para sempre e que um dia iremos morrer, acho que não temos mesmo consciência do que isso realmente implica. Vivemos com a sensação de que ainda temos muito tempo para fazer o que queremos fazer, estamos constantemente a adiar os nossos sonhos em prol de um emprego aborrecido, achamos que somos imortais e que não seremos atingidos por nenhuma doença ( e só percebemos o contrário quando somos mesmo atingidos por uma).
Só agora, aos 19 anos, é que consigo compreender o quão temporária é a vida. Quando era criança, o tempo parecia-me algo infinito, passava muito devagar, parecia existir tempo para tudo e que seria sempre assim, que as coisas nunca teriam um fim, que nunca existiriam despedidas nem nunca deixaria de fazer certas coisas.
Agora sei que não é assim. Assim que fiz 18 anos, parece que perdi controlo sobre o tempo. Agora parece que tudo passa a correr, as despedidas são mais frequentes, há momentos que nunca mais voltarei a viver... Apesar de já ter sentido tudo isto na pele, continua-me a chocar o quão temporária a vida é. Mesmo estas palavras que estou a escrever agora deixarão de estar a ser escritas por mim assim que carregar no botão "publicar".
A temporalidade desta vida tem um sabor agridoce. Por um lado, é tranquilizante, porque sabemos que todo o sofrimento que sentimos não vai durar para sempre, que não teremos que aturar certas pessoas para sempre, que não teremos que enfrentar sempre as mesmas situações... Porém, por outro lado, é realmente triste, pois não poderemos viver para sempre, não teremos todo o tempo do mundo para fazer o que queremos, não estaremos sempre rodeados pelas pessoas que mais gostamos....
Sempre fui feliz, apesar de todos os momentos maus e etapas difíceis, mas só agora é que estou consciente dessa felicidade e de como construí-la, e a cada ano que passa, em vez de perder a vontade de viver ( como alguns perdem), estou cada vez mais sedenta da vida, com mais vontade de ser ainda mais feliz, de explorar este mundo, conhecer novas pessoas... E custa-me mesmo saber que tudo o que estiver a viver e que viverei é temporário, e que um dia acabará.
Talvez o truque desta vida seja não ficarmos ligados para sempre às coisas, pessoas e momentos. Talvez o truque seja ligarmo-nos na mesma, mas quando chegar a altura de deixar as coisas irem embora, deixá-las ir sem arrependimentos, com a consciência de que fomos felizes, que soubemos aproveitar e que não faz mal deixá-las ir, porque é assim que tem que ser. A vida é feita de constantes ondas de mudança, e há que aceitar todas as coisas boas que essas mudanças trazem-nos, e desprender-nos quando novas ondas de mudança assim o exigem.
Gostei muito. Tens toda a razão em tudo o que dizes.
ResponderEliminar"Sempre fui feliz, apesar de todos os momentos maus e etapas difíceis", o que importa é o caminho e não o destino. Parece-me que o teu caminho tem sido radioso. Que assim continue :)
ps: às vezes tenho um desejo infantil de que fossemos todos imortais.
Obrigada :).
EliminarSim, tenho tido momentos difíceis e momentos bons, é mesmo uma questão de saber aproveitar todos os bons que aparecem :).
Quem nunca xD? Mas agora não desejo imortalidade, desejava que o tempo andasse mais devagar.
meu deus, não compreendes o quanto me identifiquei com este post, não fosse eu a eterna nostálgica... até podia pôr-me aqui a dizer porque é que concordo, mas isso seria redundante: concordo e pronto!
ResponderEliminaro tempo podia passar mais devagar :/
gosto do tal truque que mencionaste, só não sei até que ponto seríamos capazes de o executar, sendo nós os seres humanos seres tão emotivos e que se apegam de tal forma às coisas que amamos...
beijinhos, Noelle :) http://supergirlinconverse.blogspot.pt/
Eu acho que também sou uma eterna nostálgica xD.
EliminarPois, é um bocado difícil de executar, mas temos que fazer um esforço, porque se não soubermos deixar as coisas ir quando elas têm que ir, é mais difícil para nós e magoamo-nos mais.
Ui!
ResponderEliminarÉs tão nova e identifico-me tanto com o que escreves.
Sobretudo o primeiro e último parágrafos, eu não teria escrito de forma mais explícita.
Lamento informar-te, mas há medida que o tempo passa, essa sede de viver só vai aumentar! Por isso, é "deixar as coisas irem embora, deixá-las ir sem arrependimentos, com a consciência de que fomos felizes, que soubemos aproveitar e que não faz mal deixá-las ir".
Vive "o aqui e o agora" o melhor que conseguires!
Basicamente, nunca iremos ficar " saciados" então , digamos assim, vamos querer sempre mais e mais....
EliminarObrigada pelo conselho :).
Não é o tipo de pensamento que me deixa triste, mas desperta-me ainda mais 'coragem' para aproveitar todos os pequenos segundos desta curta vida :D
ResponderEliminarBeijinhos, Hellen ❤
http://instantesimprovaveis.blogspot.pt/
A mim deixa-me triste, mas também me desperta mais coragem.
EliminarAdorei o texto. A vida é demasiado curta para a desperdiçar! isso é um faccto, cabe-nos a nos saber como aproveitá-la!
ResponderEliminarbeijinhos
http://eyeelement.blogspot.pt/
Obrigada :).
EliminarGostei muito deste teu texto. Entendo-te perfeitamente - ainda ontem discutia com uns amigos se gostaria de viver para sempre...mas honestamente, não. Porque acho que aí perderíamos a magia de saber que tudo é passageiro e que por isso temos que aproveitar as coisas boas ao máximo :)
ResponderEliminarJiji
Obrigada :).
EliminarSim, eu antes desejava ser imortal, mas agora cheguei a essa mesma conclusão, não iríamos saber valorizar as coisas se tivéssemos todo o tempo do mundo.
Já tive para escrever um texto sobre este preciso tema. Identifico-me bastante com a tua maneira de ver esta questão da temporalidade. Por vezes dou por mim completamente lotado de pensamentos deste tipo. É assustador quando nos apercebemos que não vamos durar para sempre e que, muito provavelmente, nunca chegaremos a atingir metade dos nossos sonhos. Parece que os adultos é que tinha razão quando nos diziam em crianças para aproveitarmos a vida ao máximo e levar um dia de cada vez :)
ResponderEliminarRicardo, The Ghostly Walker.
Pois, o meu medo é exatamente esse, não chegar a atingir metade dos objetivos que tenho. Pois tinha, devíamos ter-lhes dado mais ouvidos, mas agora é aproveitar :).
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