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24.6.16

Porque precisamos de nos refugiar num lugar calmo de vez em quando


Hoje em dia, vivemos num ritmo de vida muito acelerado, com horários restritos, prazos apertados para cumprir, montes de trabalhos para fazer e entregar, estudos cada vez mais contínuos,... A juntar a isto, a maior parte de nós vive em cidades que, por natureza, são movimentadas, agitadas e barulhentas.

Não ficam cansados de tanta agitação e barulho? Pois, eu fico e, por vezes, até me põe louca!

Quando era mais nova, vivia numa pequena aldeia, num concelho pertencente ao distrito de Braga. Era uma aldeia muito calma. Incrivelmente calma até! Passavam dois carros de meia em meia hora, via-se poucas pessoas na rua,... A estradas eram todas de pedra e à volta só se viam casas rurais espalhadas e depois campos, campos, e mais campos. Quando era criança, odiava viver numa aldeia: não se fazia grande coisa, não havia centros comerciais nem parques infantis num raio de 50 km, não existiam muitas crianças ( andei numa daquelas escolas em que uma turma tinha apenas 20 alunos, do 1º ao 4º ano),... O único aspeto positivo da aldeia, para o meu "eu" criança, era o espaço enorme que eu tinha para brincar, andar de bicicleta e correr. Ainda assim, sempre desejei vir um dia a morar numa cidade.

E, de facto, o meu desejo concretizou-se. Aos 8 anos, os meus pais decidem-se mudar para Braga, a cidade onde eu nasci, para poder ter um futuro melhor, com mais oportunidades. Porque, sejamos sinceros, eu não iria ter grande futuro se ficasse na aldeia. A escola secundária mais próxima ficava a uma hora de camioneta!

Ao início, e durante vários anos, adorei viver numa cidade. Adorei a agitação, a quantidade enorme de pessoas ( Braga não tem tanta população comparada com o Porto,por exemplo, mas se viessem de uma aldeia para a cidade iriam perceber o que estou a dizer), os numerosos sítios para explorar... Mas agora, ao fim de 11 anos aqui, estou um pouco cansada de viver na cidade.

O meu "eu" criança iria bater-me agora se lesse isto. Sim, estou um pouco cansada da cidade, confesso. Estou cansada do ritmo acelerado em que vivo, do próprio barulho de uma cidade, dos vizinhos barulhentos que colocam a música aos berros nos momentos mais inconvenientes...  Não diria que gostaria de voltar a viver numa aldeia, porque seria demasiado calmo, mas talvez numa vila próxima da cidade.

Isto para dizer o quê? A agitação na nossa vida é necessária, porque caso contrário esta seria muito aborrecida. Mas, de vez em quando, é necessário, não só à nossa mente, como também ao nosso corpo, refugiarmo-nos num sítio calmo, para recuperarmos um pouco deste ritmo alucinante em que vivemos e refletirmos sobre a nossa vida.

Não é possível fugirmos da nossa vida e, muito provavelmente, da cidade, pois é nas cidades que temos mais oportunidades. A maior parte de nós não é rico o suficiente para possuir uma herdade no Alentejo, para fugir para um "refúgio espiritual" de vez em quando. No entanto, qualquer um de nós consegue encontrar um lugar calmo no sítio onde vive para onde fugir e organizar as ideias. Pode ser um parque, um café, ou até o nosso quarto. O importante é termos um "porto seguro", um sítio para onde fugirmos quando a vida se torna demasiado.

Não sei como é com vocês, mas eu chateio-me frequentemente com tanto barulho e agitação à minha volta. A minha família parece gostar de viver no meio do caos, e não conseguem passar muito tempo sozinhos, mas eu, quando não tenho a minha dose de tempo para mim própria, dou em louca depressa.

Não gosto de estar constantemente a receber informação de todos os lados. Gosto sempre de tirar algo tempo para me retirar para um lugar calmo e refletir sobre todos os acontecimentos que estou a viver. Além disso, gosto de ter um tempo a sós para poder relaxar depois de tanto stress acumulado, para poder ler e para escrever. Aliás, eu não consigo escrever um post que seja para o meu blog se não estiver num local calmo, sem barulho.

Ter um lugar calmo sem distrações ou ruído ajuda-nos a organizar a nossa mente, a refletir sobre a nossa vida, sobre aquilo que é realmente importante e aquilo que é acessório. E é extremamente importante, de vez em quando, isolarmo-nos num lugar assim para fugir à agitação toda do dia a dia, para podermos recuperar tanto fisicamente como mentalmente. É algo que é, frequentemente, desvalorizado.

E vocês? Costumam refugiar-se num lugar calmo?

9 comentários:

  1. Para ser sincera, não gostaria de viver num lugar calmo demais, é muito monótono e isso não me agrada. Mas concordo que de vez em quando precisamos de um escape, de ficar longe da agitação, para ter um pouco de calma. Acho que não se pode dizer que a minha casa esteja num lugar muito agitado (exceto quando os vizinhos decidem ligar a música no máximo), então o meu refúgio calmo é a minha casa :)
    Beijinhos.

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    1. Tal como disse no post, também não gostaria. Se fosse num sítio próximo da cidade, aí sim, mas de resto não.
      A minha casa depende muito, só quando não está ninguém e quando os vizinhos decidem não fazer barulho, porque a maior parte do tempo é uma barulheira...

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  2. Sou como tu! A diferença é que sempre vivi na cidade. Todos os anos tenho de fazer um retiro - seja para a casa da família no Alentejo, que apesar de não ser um monte (é bem modesta e pequenina) é isolada o suficiente, ou acampar numa altura em que não haja muita gente de férias. São momentos super importantes, em que descanso em pleno, em que recupero energias e me organizo. Tal como tu, apesar de às vezes me fartar acho que não conseguiria viver sem a agitação (e eu trabalho em Lisboa, portanto imagina!). É a verdade, não trocava isto por nada. Mas enlouquecia se não tivesse os meus momentos de retiro.

    Aonde (não) estou

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  3. Ui, em Lisboa é que deve ser uma agitação, só o trânsito é maluco, quanto mais o resto!
    Já fui ao Alentejo uma vez, e adoraria ter lá uma casa para ir mais vezes, é um sítio mesmo bom para fazer "retiros espirituais" :).
    Eu também, eu preciso dos meus momentos de sossego.

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  4. Eu confesso: adoro agitação. Sempre vivi em Lisboa e adoro a vida desta cidade. O seu movimento, as pessoas a andarem para cá e para a lá, os sons... Não me imagino a viver num sítio mais pequeno, mais calmo, com menos gente. Por outro lado, gosto muito de ter o meu espaço e de estar sossegada e a relaxar quando quero. A minha casa serve muito bem para isso, felizmente não tenho vizinhos chatos que põem música alta (nem dou por eles, na realidade). E tenho sempre uma aldeia em Trás-os-Montes, terra da minha avó, onde também tenho calma e tranquilidade. Mas pronto, não consigo estar nessa "tranquilidade" muito tempo, a verdade pura e dura é que gosto de movimento.

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    1. Eu gosto de agitação, mas em doses moderadas. Acho que não me habituaria bem à vida de Lisboa. É demasiadas pessoas, demasiado barulho e um trânsito maluco!
      Mas também tens esses dois espaços mais calmos que referiste :)

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  5. Felizmente, tenho a sorte de viver numa zona da cidade bastante calma. Claro está que a agitação da minha zona não se compara, por exemplo, com a cidade de Lisboa ou mesmo Almada, mas não deixa de ser um local movimentado. Penso que o melhor sítio para me refugiar é na minha casa mesmo... Gosto de ir passear à avenida da praia, de ter a companhia dos moinhos, observar a movimentação dos barcos na sua ida e vinda, mas é na minha casa onde tenho tudo o que necessito para estar em equilíbrio... Não gosto de estar muito calma, nem muito agitada. Tudo à minha volta tem de ser de um meio termo que eu consiga suportar, e eu não poderia ter nascido numa outra zona que não esta!

    ... Mas consigo perceber o que quiseste partilhar! Tal como tu, quando tento ler ou escrever, gosto de me rodear de um ambiente super relaxante e sem grandes alaridos... Tanto que sempre que sinto que à minha volta existe muuuuita agitação, começo a ficar stressada!

    A Vida de Lyne

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    1. Sou exactamente como tu (somos muito parecidas pelo que estou a ver). A minha cidade é também meio termo e eu gosto do meu sossego, mas também acho que a agitação é necessária na nossa vida.
      Eu também fico stressada com tanta agitação, agora no verão venho muitas vezes para casa dos meus avós, e embora goste de vir, passado algumas horas fico louca com tanta gente( no verão são sempre mais de 8 pessoas na casa deles).

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    2. Na casa dos avós é sempre assim! :D

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