Além de ser uma devoradora de livros, eu também sou uma devoradora de filmes. Diria até que, antes de me render à literatura, já era uma grande apreciadora de cinema. Portanto, como devem estar a imaginar agora, este foi um dos TOPs mais difíceis que já tive que fazer na minha carreira de blogger. Sinto que foram muitos os filmes que ficaram de fora, também eles muito à anos 2010s para mim (e é provável que, no final de publicar este post, me venha a lembrar de outros tantos). Ainda assim, estou orgulhosa das minhas escolhas, acho que consegui incluir um pouco de dentro de todos os géneros que me marcaram.
Outra coisa que constatei é que, apesar de, nos últimos anos, já ter vindo a fazer reviews de muitos filmes que vi para trás, antes de ter criado o "Life of Cherry", ainda me falta escrever sobre muitos (desta lista, imaginem, só escrevi uma review completa de um), de resto refiro apenas alguns de passagem em algumas publicações. Algo que, sem dúvida, quero melhorar a partir de 2020. Anyway, vamos às escolhas.
1. Amigos Improváveis (2011): Após Driss cumprir 6 meses de prisão, vê-se encurralado sem subsídio de desemprego garantido. Para o conseguir recuperar, precisa de três cartas de recusa de trabalho assinadas. É na porta de Philippe, um multimilionário, que Driss tenta obter uma das assinaturas. Acontece que Philippe também é um tetraplégico que procura um auxiliar de enfermagem qualificado. Os seus caminhos cruzam-se, e Philippe oferece um período experimental para Driss realizar as tarefas de enfermagem, embora não tenha qualquer formação na área. Esta é a simples premissa da história, a qual cria o contexto para o nascimento de uma amizade improvável (como o próprio nome do filme indica), mas inexplicavelmente bonita. É uma comédia que nos faz rir até doer a barriga, que nos aquece o coração, e que, na minha opinião, será sempre intemporal, porque retrata a pureza das relações humanas quando esquecemos as nossas diferenças.
2. The Hunger Games (2012): Perdoem-me a audácia de colocar aqui uma trilogia (ainda por cima uma triologia, não apenas um filme de acordo com as regras!) de adolescentes aqui, no meio de tantos filmes conceituados e nomeados/vencedores de Óscares, mas "The Hunger Games" tem um valor muito sentimental para mim. Vi os primeiros dois filmes (tendo sido o "Catching Fire" o meu favorito) num dos piores anos da minha vida, em 2013 (um dos familiares mais próximos de mim esteve gravemente doente) e foi aquele que me deu força e coragem nessa fase negra da minha vida. "The Hunger Games" começou a grande tendência desta década, as distopias, que destronou completamente os típicos filmes com o enredo escolas-secundárias-com-miúdas-populares-e-más ou com vampiros envolvidos. Se o desporto, para a população, é uma forma de incitar à violência, os reality shows são uma forma de incitar à crueldade, inveja e ódio. "The Hunger Games" pega neste conceito e leva-o para um futuro distópico, em que, numa América pós-guerra, em que a fome prevalece, só uma pequena elite usufrui de luxos, e adolescentes dos 12 aos 18 anos são selecionados para ir para uma arena lutar até à morte. Acaba por ser uma sátira do mundo atual, mesmo em 2019.
3. Before Midnight (2013): Hollywood, por vezes, parece ter uma ideia completamente errada daquilo que é a verdadeira essência do amor, definindo-o como algo dramático, sofrido, com mártirs pelo meio e muito sacrifício, ao invés de de elaborar um enredo tão simples que apenas retrata a "faísca" que se cria automaticamente entre duas pessoas quando as suas vidas se cruzam, como é o caso da triologia "Before". Em 1995, quando saiu o primeiro filme "Before Sunrise", poucos imaginariam que esta obra cinematográfica discreta iria tornar-se um êxito de bilheteiras. Em 2004, foi lançado o "Before Sunset", igualmente um êxito de bilheteiras, e em 2013 foi lançado este, "Before Midnight", que esteve à altura dos restantes. Sob o mesmo estilo de narrativa, a duração temporal de um dia e um conjunto de conversas realistas e profundas, o considerado "casal maravilha" que perdeu duas oportunidades de serem felizes juntos nas duas vezes em que se encontraram no passado, está agora na casa dos quarenta, com filhos, fantasmas do passado e assuntos inacabados e com a promessa de uma primeira discussão pelo meio. A narrativa de "Before Midnight" não foge muito das restantes (não estou a dar spoilers, qualquer pessoa que veja esta triologia sabe, desde início, qual vai ser o seu registo), mas o seu encanto reside mesmo nisso, nestas simples conversas que dizem mais do que parece e em todo o mistério envolto.
4. Interstellar (2014): Eu ao longo desta lista vou dizer que filmes foram mesmo bons sobretudo por terem sido vistos no cinema e este, MEU DEUS, foi um privilégio ter visto lá, foi mesmo de tirar o fôlego! A premissa deste filme ameaçava que fosse mais um de ficção científica manhoso, demasiado fantasioso: basicamente ir para outro planeta procurar um novo lar, com muitas explosões pelo meio. Porém, "Interstellar" provou ser muito mais do que isso. Além de usar conceitos de Física de forma requintada (apesar de, mesmo hoje, ainda não ter percebido bem alguns, de tão complexos que são), é uma história com mensagens extremamente profundas sobre a existência humana, a nossa missão enquanto estamos vivos, sobre o próprio conceito do tempo e a ligação da gravidade com a Física Quântica (uma relação também, até hoje muito difícil de fazer). Ainda hoje fico com uma lagriminha no olho de tão marcante que foi "Interstellar" (claro que, com a banda sonora produzida por Hans Zimmer, sempre brilhante nas suas composições, uma pessoa aí começa a ter que recorrer aos lenços).
5. The Theory of Everything(2014): "The Theory of Everything" é uma biografia sobre o brilhante Stephen Hawking, no começo da sua procura pela ideia perfeita para a sua tese de Doutoramento. Um jovem divertido, independente e cheio de ideias criativas que encontra Jane, uma estudante de artes religiosa por quem se apaixona, o que torna a sua história de amor ainda mais interessante: um físico apaixonado por uma crente em Deus. Com uma fotografia incrível e banda sonora mágica, foi um filme que também me fez soltar umas lagriminhas. E não, não foi aqui lagriminha puxada que Hollywood gosta, muitas vezes, de pôr nas suas fórmulas. O filme genuinamente puxa pelas emoções, principalmente na parte em que, como todos sabemos Hawking começa a mostrar os primeiros sinais de debilidade física. "The Theory of Everything" foi um de muitos filmes que tornou Eddie Redmayne e Felicity Jones numa dupla com uma química surreal, tanto que agora todos os realizadores quando contratam um, querem logo que o outro venha no pacote!
6. The Age of Adaline (2015): "The Age of Adaline" foi um filme comparado a imensas vezes ao "Estranho Caso de Benjamin Button", por ambos terem protagonistas com processos de envelhecimento estranhos (um envelhecia ou contrário e a outra nem sequer envelhece), contudo a semelhanças ficam por aí. Apesar de não ser nada de muito intelectual nem com um enredo propriamente novo, "The Age of Adaline" cativa-nos desde o início e fica na nossa memória. Não me peçam para explicar porquê, nem após o já ter visto várias vezes consigo explicar o quão encantador é, uma história sobre as voltas que a vida dá, mas como certas coisas, como o amor, a solidão, a frustração e a mudança vivem-se sempre de igual forma. Faz-nos pensar se, no lugar da Adaline, abraçaríamos a juventude eterna como uma oportunidade de nos melhorarmos continuamente e viver ao máximo, ou preferiríamos envelhecer junto daqueles que amamos? A velha questão do ser humano.
7 .La La Land (2017): Estamos em 2019, e eu ainda oiço o soundtrack do filme "La La Land", de tão soberbo que é! (agora isto pareceu um daqueles comentários irritantes que as pessoas fazem agora no Youtube, do género "quem está a ouvir em 2019", eu juro que não sou assim). "La La Land" foi um musical nomeado para 14 Óscares em 2017, recorde que só foi conseguido, em toda a história do Cinema, por "Titanic" e "Eva". Teve uma grande hype na altura, e não desiludiu. Foi absolutamente surreal vê-lo no cinema! Toca-nos no coração de tão real que é. Fala de pessoas como todos nós, que têm sonhos, objetivos, por vezes irrealistas aos olhos dos outros, e que têm as suas qualidades e defeitos, frustrações e desespero, lutas e fracassos. Este é um filme para aqueles que sonham, para aqueles que são, vezes sem conta, derrubados pelos obstáculos da vida, mas que nunca perdem a fé. Este é um filme para aqueles que enfrentam os seus medos, por muito inseguros que se sintam. Este é um filme para aqueles que caem continuamente, mas que se levantam de todas as vezes. Ainda hoje não consegui ultrapassar aquele final agridoce, apesar de entender a beleza e realismo que deu a todo o resto do enredo (review aqui).
8. Call Me By Your Name (2017): Esta é uma das histórias de amor mais bonitas que eu já vi nos últimos anos. Visualmente bonito (cenas belas nas belas paisagens de Itália), atordoante, sedutor e encantador, "Call me By Your Name" veio para arrasar com os nossos corações. Mesmo que não nos identifiquemos com a orientação sexual das personagens (por termos uma diferente), todos nós nos identificamos imenso com a história, porque retrata o primeiro amor na sua forma mais simples e real e, ao mesmo tempo, arrebatadora.
9. Bohemian Rhapsody (2018) : "Bohemian Rhapsody" conta a história de uma das bandas mais icónicas da História da Música. Para quem, como eu, não pertence à geração que teve o privilégio de assistir à ascensão destes quatro jovens artistas, esta foi a nossa oportunidade de compreender o verdadeiro fenómeno que isto foi na época. Não está neste TOP por ser o mais realista do sempre, aquilo que o torna mesmo especial é a forma como retrata o nascimento de cada êxito dos Queen. Muitos sortudos foram aqueles que o viram no cinema ou em outro lugar com um equipamento de som espetacular, porque a recriação das músicas foi mesmo o melhor de "Bohemian Rhpsody". E claro, a prestação do protagonista, Rami Malek, uma lenda a retratar outra lenda!
10. Joker (2019): Devo dizer-vos, já algum tempo que nenhum filme me inquietava tanto como este. E foi precisamente por causa do assunto que eu não esperava que fosse abordado no que, turns out, não é um filme típico de super-heróis. Foi no decorrer de "Joker" que eu percebi o tema que este tratava: o que é viver com uma doença mental. Durante 120 minutos, vivemos dentro da cabeça de um ser humano, entendendo as suas lutas, as suas derrotas e a espiral de desespero a caminho de um descolamento absoluto da realidade. "Joker" mostra, desta forma, um vilão antes de o ser, sem utilizar uma narrativa tipicamente unidimesional, numa lógica malvados Vs bonzinhos. Porque ninguém nasce mau, assim como um mau não é só mau, assim como um bom não é só bom. Os bons também podem ser maus, e os maus também podem ser bons. 2019 não foi um grande ano para o cinema, no entanto "Joker" mereceu vir diretamente para este TOP, sem hesitação!
Quais foram, para vocês os melhores filmes da década?
Na minha qualidade de pessoa que negligencia imenso esta arte, vou-me manter em silêncio ahahah
ResponderEliminarQuero muito ver Call Me By Your Name e The Theory of Everything
Tens direito a escolher os teus filmes favoritos na mesma :).
EliminarVi o 1, o 3 e o 8. A trilogia Before adorei <3
ResponderEliminarobrigada pelo comentário <3
ResponderEliminarsó ótimos filmes, adoro :D
www.pinkie-love.com
Passei especialmente para desejar um Ano Novo pleno de alegrias, saúde, paz, amor e sonhos realizados.
ResponderEliminarFELIZ ANO NOVO!!!
Beijinhos
Obrigada, um feliz ano novo para ti também :).
EliminarBeijinhos
Excelentes filmes!!
ResponderEliminarBeijinhos.
FELIZ ANO NOVO!!
http://www.opecadomoraemcasa.pt/
Before Sunrise, Before Sunset e Before Midnight são dos filmes mais inspiradores!!
ResponderEliminarTenho tentado ver cada vez mais filmes, porque sinto que é algo que vou deixando sempre de lado - opto pelas séries -, mas é algo que aprecio. Desta forma, há aqui alguns do teu top que tenho em lista para ver há muitoooo tempo e concluo que tenho mesmo de lhes dar uma oportunidade, como é o caso de The Theory of Everything e The Age of Adaline :)
ResponderEliminarDos que vi, Amigos Improváveis é mesmo um mimo para o nosso coração, a trilogia Before também adorei e Call Me By Your Name é um encanto. Bohemian Rhapsody é geniaaaal!!!
São dois filmes mesmo muito bons, não te vais arrepender de ver :).
EliminarDessa lista o que eu mais gostei foi o quinto
ResponderEliminarHttp://www.blogmarianaleal.site
Oie,
ResponderEliminarNossa... Hunger Games foi um marco para mim, após Harry Potter.
AMO DEMAIS a série, sendo livros, sendo filmes.
E Interestelar também é maravilhoso.
Beijos
http://estante-da-ale.blogspot.com/
Para ti também <3.
ResponderEliminarEu assisti esses dias Before Sunrise e achei bem interessante, quero assistir aos outros dois.
ResponderEliminarJoker é incrível, um filme maravilhoso!
O restante ainda não vi, mas fiquei curiosa com vários.
https://www.heyimwiththeband.com.br/
Concordo, Cherry! "Bohemian Rapsody" foi, sem dúvida, um dos filmes da década!
ResponderEliminarUm beijinho.
https://blogomundodefrancisca.blogspot.com/
Oii,
ResponderEliminarNão vi Hunger Games, mas agora que estou lendo os livros pretendo assistir. Também quero conferir La La Land.
Beijos
https://blog-apaixonadaporpalavras.blogspot.com/
Destes filmes apenas vi o 2,5,7,8,9 e 10.
ResponderEliminarAdoro a"Teoria de Tudo" e "The Hunger Games". "Lalaland", "Bohemian Rhapsody" e "Joker" também adorei. Curiosamente os filmes que vi em 2019 que mais gostei foram musicais que não era um tipo de filme que eu costumava ver (:
http://arrblogs.blogspot.com/
Eu também não costumo ligar muito a musicais (tirando a minha eterna paixão "O Fantasma da Ópera", já vi esse filme umas 20 vezes xD), mas em 2019 rendi-me a este género.
EliminarUma boa escolha, não sei quando deles o melhor mas para mim o Bohemian tem um valor especial
ResponderEliminar