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1.7.20

5 coisas: junho 2020

 5 coisas: junho 2020

Há uns dias, li um tweet com o qual acho que a maior parte das pessoas se identifica atualmente "já estamos em junho, mas ficamos todos parados em março de 2020"- bem, pelo menos as mais sensatas, não estou a incluir aqui as pessoas que nem sequer chegaram a saber o que era uma quarentena por não terem cumprido. Ainda estamos a pensar no que 2020 poderia ter sido, e as nossas regalias que nos foram dadas parecem-nos diferentes daquilo que nos lembrávamos. No seu sexto mês,  o plot twist que esperávamos que este ano tivesse parece-nos cada vez mais longe.

Apesar disso, pelo menos a meu ver, estão a ser dias mais solarengos. Tudo aquilo que mais precisava durante a quarentena era estar com as minhas pessoas, o que maio trouxe. Agora tudo parece mais descomplicado. Estou a aprender, em conjunto com elas, que tudo se improvisa e que todos os planos podem ser adaptados e igualmente divertidos, sem prejudicar a saúde pública. Têm sido dias mais relaxados, em que o Covid já não é o assunto mais presente nas nossas mentes e vamos também aos poucos, fazendo mais afazares rotineiros que nos dão uma sensação de equilíbrio e que estamos a reorganizar, aos poucos, tudo o que tinha ficado pendente nas nossas vidas.



5 coisas que aconteceram


1. Novidades do projeto académico: Lembram-se de vos ter contado em abril que estava envolvida num projeto académico? Bem, estou prestes a poder dar-vos mais novidades (saberão já agora no início de julho), vem aí uma votação se irá realizar pelo Instagram, na qual vocês poderão contribuir se quiserem dar uma ajuda. Realizei este projeto com o meu namorado (algo que nos ajudou também a encurtar a distância durante a quarentena) e estamos orgulhosos do resultado final. Mesmo com as dificuldades impostas com o confinamento, a distância, a lentidão da net a atrapalhar, conseguimos criar algo que, a ser implementado, poderá revolucionar os hospitais que aderirem. 

2. S. João: Das coisas que mais senti falta até agora, em 2020, foram, por mais engraçado que pareça, as festas populares. Não sou muito de sair à noite, mas adoro o ambiente de festas de aldeia, para começar por ser ao ar livre, pelas iluminações, pelas farturas, pelos carrinhos de choque (sou uma eterna criança, que se há-de fazer).... O S. João aqui em Braga, à semelhança do Porto, é uma grande festa que, pela primeira vez, não se festejou com pomposidade. Ainda assim, não faltou o cheirinho a sardinhas pelas ruas, as conversas animadas na casa das pessoas e as habituais músicas pimba. Foi tudo muito civilizado aqui no Norte, todas as orientações da DGS foram cumpridas, o que não me surpreende, neste tipo de festas sempre achei que as pessoas seriam capazes de cumprir, porque é muito fácil transferirem as festividades para as suas casas. 

3. Idas ao centro comercial e uma forma diferente de fazer compras: Neste momento, tenho me mantido ao máximo longe da confusão da cidade, só abri exceção para uma coisa - para os centros comerciais. Em dias da semana e horas estratégicas, meus amigos, nunca pensei dizer isto, mas aquilo é o paraíso! Nunca vi um centro comercial com tão poucas pessoas, nas duas ocasiões em que fui lá  (sempre para compras que já andava a precisar há que tempos). Tirando a Primark, isso aí são filas daqui até à China, aquilo é sempre um campo de batalha (já não vou ser patrocinada por eles, but I dont care). Não sei se não se deverá ao facto de não ser tão atrativo passear lá agora, não se podendo experimentar roupas ou estar muito tempo dentro de uma loja. Parece que estamos a fazer compras de supermercado, vamos lá buscar o que queremos, trazemos roupas duplicadas para poder decidir se, por exemplo, nos fica melhor um S ou um M, e voltamos lá no dia a seguir para devolver o que não queremos. É quase tão rápido como se tivéssemos a comprar online, com a vantagem em que realmente podemos ver o tecido como ele é antes de comprar.  Mais eficaz era impossível!

4. Ecovia do Vez: A escolha dos meios rurais em detrimento da cidade tem sido mesmo a minha aposta para passear durante esta pandemia. Não há nada como ir um dia literalmente para o meio do nada, sem rede, sem mensagens/chamadas, sem hipótese de publicar fotos no Instagram na hora, para esquecer temporariamente o resto do mundo. No final de julho, decidi aventurar-me por um dos muitos trilhos que Arcos de Valdevez tem para oferecer, a Ecovia do Vez. Numa de coragem e talvez um bocado de maluquice, fiz o percurso completo (são 32 km!) . As paisagens são tão bonitas que nem notamos os quilómetros. Pode soar um pouco masoquista, mas quero fazer mais trilhos este verão - ok, mas só depois de me esquecer com as dores musculares que fiquei, que agora ainda pareço uma velhinha a andar. 

5. Normalização de recusar os planos por questões de saúde pública: Dando uma de diário de quarentena outra vez (por esta altura, diário de desconfinamento) porque ainda não há muito para contar em rubricas mensais, gostaria de falar aqui de uma coisa: o problema que as pessoas já estão a ter em recusar planos. Voltou a ser mal visto recusar planos sociais mais depressa do que se esperava, para desgraça de todos os introvertidos que andam por aí e não só. Para alguns, quase que parece mal visto continuar a cumprir certas precauções para evitar a propagação do vírus. Não estou a falar por experiência própria nem por experiência dos meus familiares/amigos, mas noto isto na malta jovem, sobretudo nos adolescentes. Se são uma dessas pessoas, que está a sentir pressão para aceitar planos, quero que percebam algo: não têm de se justificar. Se um plano não vos agrada, simplesmente rejeitam. Se, por exemplo, o plano consistir em ir para uma esplanada na praia cheia de pessoas e não se sentem confortáveis, não se sintam esforçados a ir só porque o vosso grupo de amigos já o faz. Parecendo que não, ainda estamos numa fase inicial de desconfinamento (tanto que nem está a ser igual em todas as regiões do país, algumas já tiveram que retroceder), e também todos nós estamos a desconfinar de modo diferente, de acordo com o nosso bem estar e preferências. 


5 coisas que adorei



1. Ler Harry Potter aos 27 anos: Há ainda um grande preconceito na literatura, associado ao facto de se ler livros infanto-juvenis na idade adulta. Como se os livros tivessem uma idade limite! Todos os fãs de Harry Potter então passam a vida a ouvir "mas tu ainda lês isso?". O que é estúpido, porque até é bastante comum muito destes fãs só se cruzarem com a saga em adultos, como é o caso da Andreia. Numa publicação muito completa, a Andreia mostra-nos como é entrar no universo de Hogwarts aos 27 anos. Reflete também sobre os prós e os contras que a jornada exige numa idade mais madura. 

2. Tempo de mudança: Com a morte chocante de George Floyd, o racismo voltou a ser muito debatido em julho. Em pleno 2020, os polícias brancos continuam a justificar a morte de pessoas negras na estrada com a típica frase "eu tenho família e tenho medo", desconsiderando completamente que as pessoas mortas pelas suas mãos também tinham uma família e não tiveram sequer hipótese de defender. Foi, portanto, muita a informação que surgiu na Internet a respeito deste tema, alguns mais claros do que outros. De todas as publicações/vídeos que vi, o da Mariana Gomes foi o mais completo. Juntamente com o namorado, Duarte, debateram o conceito do racismo, a história toda por detrás do mesmo e, no final, também sugeriram vários documentários, filmes e livros sobre o tema. 

3. Portuguesa demais para ser Africana, Africana demais para ser Portuguesa: Ainda sobre a discriminação racial, a Lyne partilhou no seu Instagram um vídeo da "Uma Africana", que me fez compreender melhor o modo como dois conceitos  distintos, nacionalidade e etnia podem coexistir dentro de uma pessoa. Como luso - africana,  a resposta à pergunta "De onde és?" nunca será curta para ela porque, tal como ela explicou, vive na interceção das duas culturas.

4. 3º episódio de "20 min de criação"- Gramática: "20 min de criação" é uma série de vídeos de Instagram, criado pela Sofia Costa Lima e Diogo Simões, para falar sobre escrita. Todas as temáticas abordadas até agora foram muito interessantes, mas o 3º vídeo, sobre gramática, é um must-watch! Tal como a Sofia disse a determinado momento, não damos gramática o suficiente na escola, e é essencial mantermo-nos atualizados. A Sofia e o Diogo, no final, partilham ainda sugestões de livros que nos ajudam a dominar melhor a gramática.

5. Estátuas Derrubadas: No calor dos protestos, "Black Lives Matter", deu a sensação que poucos foram aqueles que consideram as estátuas derrubadas como um ato de vandalismo. Apesar de ser a favor da causa, não posso compactuar com atos como estes, que mostram que muitos não sabem interpretar os acontecimentos históricos com o devido distanciamento. Neste texto, a Leonor apela que se contextualizem estes acontecimentos históricos em vez de os apagarmos para sempre, impedindo as gerações futuras de aprender com os erros do passado. 


Lembrem-se, a pandemia ainda não acabou, portanto aproveitem o verão da forma mais segura possível.

(Foto: da minha autoria)

18 comentários:

  1. Publicação fantástica. Com a Pandemia todo o cuidado é pouco.- Derrubar estátuas, penso que é mais um problema que uma solução. Cuide-se...
    .
    Saudações poéticas

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    1. Obrigada :). Concordo, é mais um problema para além dos que já existem.

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  2. Não festejar o S. João como deve ser, foi uma das coisas que mais me custou em junho. É tão estranho. Mas, ainda assim, necessário, já que estamos a falar da nossa saúde. Portanto, todos os cuidados continuam a ser poucos.
    Que saudades de passear pelos Arcos. Tenho que fazer esse trilho *-*

    Fico muito agradecida por ver a minha publicação destacada na tua lista. Tão bom!
    Estou a adorar acompanhar os diretos da Sofia e do Diogo, são mesmo pertinentes

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  3. Na vida não se faz "pausa" e, quer queiramos quer não, esta continua dia após dia, após dia...
    Eu não acumulei papel higiénico e também não fui a correr para os centros comerciais quando estes abriram, afinal, cresci num tempo em que eles não existiam e as pessoas viviam muito bem sem eles, e muito menos gente tinha que trabalhar ao sábado e ao domingo.
    Por outro lado, apesar de já ter desconfinado a bicicleta, ainda não fui propriamente descobrir mais umas ecopistas como fiz no ano passado (Amarante, Ponte de Lima, Paços de Ferreira, Monção, Santa Comba Dão, Espinho, etc) e este ano ainda não o fiz, até porque com companhia tem sempre outra piada. Mas começou hoje a segunda parte do ano e certamente ainda com tantas coisas boas para acontecer :)

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    1. Ai isso não, não há hipótese!
      Certamente ainda vai dar para fazer mais coisas :).

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  4. Poderia dizer tanto sobre muito dos tópicos mas sem dúvida que a parte do S. João e das festas populares foi as que mais me causaram estranheza. Além do s. João do Porto e de Vila do Conde, não ter o Senhor de Matosinhos (que antecede o S. João) acho que foi quando me "caiu a ficha".

    Outro ponto interessante é sobre ler livros infanto-juvenis. Espreitei o post da Andreia e não poderia estar mais de acordo. Eu fui das que li quando ainda era mais nova, e apesar de ser um pouco mais velha que as personagens no início, acabava por ter alguma proximidade. No entanto, houve coisas que só mais tarde foi possível entender e muito em parte pela "bagagem" que fui adquirindo com o passar dos anos.

    Um beijinho

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    1. Sim, é verdade, há pormenores da saga que só se entendem até com a maturidade.

      Um beijinho

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  5. Bom dia!!

    Tanta coisa aconteceu durante este tempo da quarentena... Acho que daria para escrever vários livros!!

    Beijos e abraços.
    Sandra C.
    bluestrass.blogspot.com

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  6. Gostei muito do post. E quase concordo com "estamos em julho, mas parece que ficamos em março". Todo o mundo parou e estagnou face à situação atual.
    Beijinhos


    http://tudosoblinhas.blogspot.com

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  7. Essa foto está linda. Também senti falta de comemorar São João.

    Beijo.
    Cores do Vício

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  8. Oh pah,detestei essa coisa de derrubar as estátuas,é um acto de puro racismo e os protestos parece que nunca mais acabam!! Em relação à pandemia,todo o cuidado é pouco,contudo,concordo que se deve aproveitar o verão ao máximo!! Muitos beijinhos,feliz e abençoado mês de Julho para ti!!

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    1. Puro acto de racismo não é, eles pensam que assim defendem o racismo, mas na verdade estão a demonstrar que faltaram às aulas de História xD.

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    2. Pois,talvez isso seja verdade,contudo,derrubar as estátuas foi a coisa mais pior que eles fizeram,odiei isso!! Bom fim-de-semana para ti!!

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  9. Sim...como é que já estamos em julho?!? Não dei pelo tempo passar! Eu fiquei sem dúvida parada em março. A nossa vida mudou tanto de um momento para o outro!

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  10. nossa eu adoraria reler HP agora que passei dos 30, e realmente as festas de S Joao estao fazendo MUITA falta

    www.tofucolorido.com.br
    insta: @liviaalli

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  11. Que falta fez uma festa junina esse ano! Eu amo! Mas o que importa é que estamos nos cuidando, né? ♥

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