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12.5.19

Branco e amarelo, sempre!


Ontem, dia 11 de maio de 2019, foi  um dia que vai ser lembrado para sempre como como um dos mais marcantes da minha vida estudantil. Ainda falta um bocadinho para acabar o curso, mas maio é para nós, finalistas, o mês de todas as celebrações. 

Acordei na manhã de sábado após poucas horas de sono, resultado de uma emotiva noite de serenatas. Costumo queixar-me de privação de sono (são poucas as coisas que me fazem abdicar das minhas 7/8 horas de sono) mas ontem, sabendo o que se avizinhava, levantei-me da cama com todo o entusiasmo. Vesti o meu traje com a consciência que seria a penúltima vez que o iria usar (a última vez será em julho, na missa de Enfermagem). Peguei na minha pasta, com as fitas escritas com tanto amor guardadas lá dentro (uma tradição que nem existe na UM, mas eu quis fazê-lo na mesma, por fazer sentido para mim) e nas minhas insígnias que, dali a umas horas, estaria a usar na cerimónia de Imposição das Insígnias e, mais tarde, na Missa de Finalistas na Avenida Central, e lá fui para um dia para o qual achava estar preparada, mal eu sabia a intensidade das emoções que iria experienciar nas horas seguintes.

A poucos minutos do início da cerimónia de Imposição de Insígnias, estava sentada nas mesmas cadeiras do pavilhão desportivo onde, quatro anos antes, estive presente na cerimónia de boas vindas , e foi aí que pensei "caramba, agora é mesmo real!". Andei o ano todo a exibir-me orgulhosamente, a irritar os outros com a frase "Finalista pode tudo!", mas só aí é que a realidade caiu sobre mim e eu soube que era mesmo Finalista. Que a Universidade já me estava a empurrar para fora das suas portas e que eu não podia fazer nada. Sinto que o meu tempo aqui já passou, que está na altura de embarcar em novas aventuras, mas ao mesmo tempo  queria prolongar esta fase só mais um bocadinho.

Na missa, todo o ambiente foi ainda mais envolvente. Ali, não haviam guerras de cursos, competições nem picardias entre malta da praxe e anti-praxe: éramos todos finalistas que estávamos a assinalar o fim de um ciclo, com as insígnias a transformar a Avenida Central num lindo espetáculo de cores. Foi neste ambiente que as lágrimas que teimosamente contive durante todo o tempo apareceram, e pioraram com a dos meus colegas.

Num sábado muito quente, não foi o calor de estar trajada com este tempo que eu senti mais, foi do carinho de todas as pessoas que contribuíram para tornar este dia ainda mais especial. Foi mesmo comovente ver tanta gente que, mesmo com os seus quotidianos preenchidos, arranjaram forma de presenciar isto comigo, e não me  pouparam a mimos. Nem imaginam a força que me deram! Sinto-me mesmo grata por as ter na minha vida.

Foi tanto aquilo que a Universidade me trouxe, muito para além dos conhecimentos que adquiri no curso. Foi um percurso com altos e baixos, naturalmente porém, no final, é sempre o melhor que fica mais presente na memória. Começou por me trazer  duas raparigas que conheci na fila das inscrições, no meu primeiro dia de Universidade, e que me acompanharam durante três horas, mesmo sem me conhecer de lado nenhum - nunca mais as vi, mas foram as primeiras a fazer-me sentir em casa na Universidade do Minho. Deu-me a praxe, que me mostrou que nem todas são como as humilhantes que são retratadas na TV, que podem ser espaços onde podemos ser a nossa versão mais silly,  e onde se aprende valores como a amizade e solidariedade ("Caloiro é solidário!"). Fez com que o meu caminho se cruzasse com tantas pessoas diferentes, de cidades e até de países  diferentes. Trouxe-me um grupo extraordinário de amigas, completamente loucas (no bom sentido, vá!), que me fizeram rir imensas vezes, e que me apoiaram em todos os altos e baixos- somos todas tão diferentes umas das outras mas damo-nos incrivelmente bem, e quero que a nossa amizade continue por muitos anos, até sermos velhinhas, com dentaduras para atirarmos umas às outras. Deu-me a conhecer o meu namorado que, no seu jeito nerd que eu adoro, convidou-me para sair à beira de um carrinho de medicação e que , desde aí, continua a fazer-me sorrir, todos os dias. Fez-me passar por tantos serviços em hospitais e outras instituições de saúde, onde cresci, conheci muitas realidades distintas e histórias inspiradoras que me fizeram pensar "se eles conseguem ultrapassar todos estes obstáculos, eu também consigo ultrapassar os meus". Fez-me perceber que Enfermagem não é um amor fácil, que já me testou e me vai continuar a testar muitas vezes mas que, no final do dia, é nesta nobre profissão que quero continuar- se existisse um botão de retroceder e eu pudesse voltar a candidatar-me ao Ensino Superior, faria a mesma escolha. A universidade tornou-me numa melhor pessoa: posso ainda ser jovem e ter muito para descobrir, contudo já não sou carrego as mesmas incertezas que carregava quando entrei.

Foram muitas as pessoas que contribuíram para o meu sucesso durante estes 4 anos, pelo que é praticamente impossível fazer um parágrafo de agradecimentos em condições sem este ocupar, pelo menos, meia página. Portanto, quero  destacar apenas algumas pessoas. Obrigada aos  meus pais, por terem investido na minha educação, por me terem proporcionado este que, infelizmente, ainda é um luxo, e por me terem ajudado em todo o meu percurso - espero ter feito com que o vosso esforço tenha valido a pena. Obrigada aos meus primos que, sendo eu filha única, fizeram o papel de irmãos , e que me ajudaram com as suas experiências acadêmicas e  conselhos muito valiosos. Obrigada à minha família, que também esteve sempre presente e a torcer por mim.  Às restantes , que sabem quem são e que sabem que me marcaram muito, um muito obrigada. Não teria chegado onde cheguei sem nenhum de vocês.

E assim me despeço da casa que me acolheu durante 4 anos e onde fui tão feliz. Quando dizem que os tempos da universidade passam num instante, não estão a brincar: estes 4 anos souberam a 4 dias, mas acredito que os aproveitei ao máximo.  Branco e amarelo, sempre <3.

(Foto: da minha autoria)

20 comentários:

  1. Que bom ler testemunhos assim sobre a universidade que também é parte do meu coração! Aquilo que escreveste fez-me recuar cinco anos no tempo e lembrar, também, a minha imposição das insígnias. Curiosamente, também a minha missa de finalistas foi na Avenida Central e o momento mais emotivo foi, sem dúvida, o momento da bênção. É uma experiência linda! Muitos parabéns, mais uma vez!! :D

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    1. Estas cerimónias são daquelas que não se esquecem, mesmo! Acho que o que as torna mais marcantes é o facto de representarem não só o fim da universidade, como de toda a vida estudantil :).
      Obrigada :).

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  2. tanta felicidade e orgulho por ti 💛

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  3. Parabéns por esta fase. Até hoje, o dia da minha Bênção foi o mais feliz da minha vida.

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  4. Parabéns minha linda!!!
    adorei o post!!
    beijinhos

    |último post|
    https://eyeelement.blogspot.com/2019/05/whats-tea.html

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  5. Bons tempos que serão recordados para sempre certamente!
    Beijinhos,
    Espero por ti em:
    strawberrycandymoreira.blogspot.pt
    http://www.facebook.com/omeurefugioculinario
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  6. São mesmo os melhores anos das nossas vidas! Ainda bem que podes dizer que os aproveitaste bem!

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  7. Parabéns pela etapa! Apenas imagino que deve ser um grande momento 😘

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  8. Muitos, muitos parabéns querida Cherry. Não imaginas o quanto me identifico com esta tua publicação, pois também queimei este ano e percebo cada sentimento, cada lágrima e cada nostalgia. O dia da benção é mesmo um dia como não há igual, um dia onde as emoções são mais que muitas, um dia que marca o fim de uma etapa ainda que ela ainda não tenha chegado totalmente ao fim. É um dia feliz que nos faz voltar atrás no tempo e ver tudo o que conquistámos. É incrível!
    Muitos Parabéns, que venham daí as próximas etapas e que sejas sempre muito feliz <3

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    1. Muito obrigada minha querida Mary <3. É mesmo isso, um dia repleto de sentimentos agridoces e um reviver dos 4 anos, tudo no mesmo dia!
      Beijinhos

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